
São Paulo – Desenvolver o inglês atualmente não está mais atrelado apenas à expansão profissional ou mudança de carreira. Agregar o idioma ao seu cotidiano possibilita novas oportunidades em diferentes áreas e amplia seu contato com pessoas de outras nacionalidades.
Dessa forma, ao longo dos últimos quatro meses, 16 jovens negros estiveram envolvidos com as diferentes atividades da primeira fase do projeto de ensino de inglês E2C (English to Connect, Communicate, Catalyze), realizado pelo Grupo +Unidos, em parceria com o Consulado Geral EUA / US Consulate – São Paulo e o Instituto Lira de Inclusão Social (ILIS).
Na noite dessa quarta-feira, 22 de maio, em São Paulo, alunos e representantes das instituições encerraram a primeira fase do projeto piloto com a entrega dos certificados, além do compartilhamento de experiências que marcaram a trajetória de cada participante, desde o processo de seleção às vagas ao final deste primeiro ciclo.
Madelina Young-Smith, adida Cultural e Educacional do Consulado Geral dos EUA no Brasil, ressaltou que o espírito deste programa não é somente aprender o inglês, mas também praticar uma habilidade mundial, onde os alunos possam avançar na carreira e, assim, dialogar com outras pessoas ao redor do mundo. “Durante todo o processo, eu e minha equipe do Consulado trabalhamos muito com o Grupo +Unidos e ILIS. Mantivemos contato com os alunos semanalmente para sentir a evolução do idioma. Estou muito feliz, porque o projeto superou as minhas expectativas. Sabemos que quase 80% dos jovens estão usando o inglês agora. É muito significativo. Não sabemos agora o futuro deles, porém esperamos que eles avancem muito a partir desse aprendizado”.
Coordenadora e idealizadora do projeto de idiomas do ILIS, Karin Colantonio conta que este projeto consistiu em uma ação bastante desafiadora para a instituição de Diadema. Entretanto, ao final desta etapa inicial, ela destaca que ocorreram casos de alunos que já atingiram o nível B1, o que era esperado somente no final das 200 horas de curso, com a conclusão da fase dois. “Acreditamos muito na causa, por isso reunimos os melhores profissionais que tínhamos. Os alunos são muito comunicativos, querem falar o inglês, e os quatro professores selecionados seguem este perfil de classe, sobretudo, considerando a diversidade dessas pessoas”.
Iniciadas em fevereiro, o projeto resultou em 100 horas de atividades que focaram na capacitação dos jovens profissionais e empreendedores, classificados inicialmente no nível de inglês A2 (segundo o padrão internacional), e que buscavam desenvolver habilidades linguísticas para oferecer valor em suas respectivas carreiras.
Entre as experiências compartilhadas durante o evento de encerramento está a aluna Noemi Lima, que atua como líder de projetos na América Latina da empresa Corteva Agroscience. “Os quatro meses foram incríveis, de muito aprendizado e importante para mim pois, no mês que começaram as aulas, fui promovida e convidada para assumir um projeto da América Latina. Eu já tinha uma base do inglês, mas precisava elevar o meu nível do idioma muito rápido. Recentemente fui à Índia, para uma reunião global onde recordei e pude aplicar diversos conhecimentos e dicas das aulas. O que ganhei com o curso é imensurável”.
Já Gabriel Oliveira, aluno do E2C e coordenador da área tributária da SBC Law, recorda que muitas portas foram fechadas por não ter o inglês. Hoje ele descreve o ambiente das aulas citando o compartilhamento de conhecimento e a bagagem de vida de cada um. “Me entreguei ao máximo que pude. Foi uma escalada de esforços e ganhos, passo a passo. Com muito cuidado para alcançar o que nós obtivemos hoje. Todo mundo está muito engajado em continuar o curso, pois nos forneceu muito mais que aulas teóricas, mas também amigos que levarei para a vida”.
Antes da entrega dos certificados, o diretor executivo do Grupo +Unidos, Augusto Corrêa, definiu a experiência com os jovens durante estes meses como algo singular, que possibilitou abordar diversas temáticas além da língua estrangeira. “Atuar com a questão do inglês, engajada em algo que é maior que o idioma, oferece mais sentido para o nosso trabalho. Os resultados que temos visto são muito satisfatórios. Nos surpreenderam bastante, positivamente. Os alunos trouxeram assuntos do seu cotidiano para dentro da sala de aula, o que deu sentido maior ao projeto”.
Texto: Monique Oliveira, voluntária do Grupo +Unidos